Litercultura, agosto 2015, Curitiba/PR

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Em sua terceira edição, Litercultura fica indispensável

Se ainda não é o maior festival literário do país, o Litercultura, cuja terceira edição terminou na noite de domingo (30), é o mais elegante. Começa pela escolha do Palacete Garibaldi, o “Galo das Trevas” em meio às casas históricas do bairro São Francisco.

Como aconteceu na primeira edição, em 2013, foi no amplo e iluminado salão do palácio – adornado por dezenas de lustres de cristal do século 19 – que durante três dias se falou de literatura, livros, leitura e arte, sob vários pontos de vista e com sotaques diversos.

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Em relação às duas edições anteriores, a novidade de 2015 foi a curadoria de Manoel da Costa Pinto. Nos anos anteriores, a função coube a Mário Hélio Gomes, um dos idealizadores do evento ao lado de Manoela Leão, diretora do festival. Com experiência em curadorias de eventos literários e trânsito no meio editorial, Pinto criou uma programação memorável, sem mudar a proposta inicial do Litercultura.

Na sexta-feira (28), com uma impressionante lua cheia a invadir as janelas do salão, Alan Pauls falou de sua obra sobre um viés cinematográfico, na conversa muito bem conduzida por Christian Schwartz.

Depois, num dos pontos altos de todo o evento, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz e a historiadora Heloisa Starling falaram de forma descontraída e inteligente do livro “Brasil: uma Biografia”, uma das obras mais importantes publicadas no Brasil neste ano ao demonstrar como a violência é um traço histórico inescapável do país.

No segundo dia, um “sábado de verão” neste excêntrico inverno, ao menos 200 pessoas acompanharam o debate sobre duas figuras centrais da literatura curitibana: Jamil Snege e Manoel Carlos Karam (leia relato de Cristiano Castilho).

O momento

Meu candidato a grande momento de toda a programação foi a aula-show de José Miguel Wisnik sobre a relação entre as palavras escritas e as cantadas no país. A profundidade e a delicadeza com que Wisnik organiza seu entendimento sobre a arte popular deveriam ser o o olhar ideal sobre o legado cultural do país nesses dias estranhos.

Ao falar sobre as estruturas harmônicas e melódicas da canção popular, Wisnik escandiu as notas fazendo a alma nacional rimar com um lirismo e alegria perdidos. Uma apresentação emocionante.

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De calça e camisa negras e tênis all-Star vermelho (combinando com os óculos), Jards Macalé fez, sozinho ao violão, o show de encerramento com as mesmas características do evento como um todo: elegante, divertido e com muita coisa para contar.

Ter um evento desse porte na cidade, dividido em “capítulos” que se espalham pelo ano todo, é uma grande sorte. Não é mais possível pensar no calendário cultural de Curitiba sem o Litercultura.

Por Sandro Moser – Texto publicado na edição impressa de Gazeta do Povo, de 01/09/2015
http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/literatura/em-sua-terceira-edicao-litercultura-fica-indispensavel-ai72hg501hfx1cnjxkgkadl0c

Boa noite. Em meu nome, em nome do Manuel da Costa Pinto, parceiro e curador deste evento, em nome da equipe de produção e da Sociedade Garibaldi, que nos recebe nesta casa, lhes dou as boas vindas ao terceiro capítulo do Litercultura. A gente abre estas duas mesas de hoje com muita alegria, com muita honra e com a presença de todos vocês.

O Litercultura é um festival feito via Lei Rouanet. Um festival aberto ao público, e é sempre muito importante agradecer aos nossos patrocinadores, nossos colaboradores e nossos parceiros que o viabilizam.

Eu gostaria de iniciar agradecendo ao Itaú, com a presença cada vez mais constante do Itaú Cultural que este ano promove uma mesa inteira dentro do evento, com curadoria deles, com sugestões e com muito diálogo entre a gente, isso nos deixa muito honrados; à Parati Alimentos, que se juntou ao Litercultura este ano e também nos ajudou a viabilizar o evento; às parcerias do Clube Curitibano, que vai receber o show de encerramento do Jards Macalé na sede Concórdia, aqui pertinho; da Prefeitura de Curitiba, através do apoio institucional da Fundação Cultural de Curitiba; e da Unimed, que é apoiadora também deste último capítulo.

Todo mundo fala que o curitibano é muito reservado, muito desconfiado, eu estou aqui há dez anos, sou pernambucana e eu sempre escutei isso, mas o Litercultura derrubou essa cara sisuda que me disseram que o curitibano tinha porque o evento desde o primeiro ano foi muitíssimo bem recebido pela cidade, que o acolheu, o abraçou, foi altamente receptiva, e eu acho muito bom que isso tenha acontecido com a gente.

Divirtam-se, voltem, aproveitem a programação que se estende, olhem também a programação paralela, são eventos que já acontecem na cidade e que vem a se somar conosco. São iniciativas que nos chegam por outros meios, através de artistas, de outras propostas e que nestes dias do Litercultura resolveram participar e ajudar a fazer deste evento algo ainda maior.

Então, eu gostaria que vocês recebessem o Christian Schwartz para conversar com o Alan Pauls. Obrigada.

Manoela Leão, diretora do Litercultura

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 1

ALAN PAULS – “Retábulo platense”
(mediação de Christian Schwartz)

Um dos maiores nomes da literatura argentina atual, o autor de O Passado e da trilogia História do pranto, História do cabelo e História do dinheiro abre o Litercultura falando de sua obra como ficcionista, roteirista e editor de suplementos literários.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 2

LILIA MORITZ SCHWARCZ e HELOISA MURGEL STARLING – “O Brasil como personagem”
(mediação de Manuel da Costa Pinto)

A antropóloga Lilia Moritz Schwarcz e a historiadora Heloisa Murgel Starling apresentam Brasil: Uma Biografia, livro no qual encontraram uma forma peculiar de interpretar um país marcado pelo personalismo e pelos limites tênues entre os âmbitos público e privado.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 3

JOCA REINERS TERRON e CHRISTIAN SCHWARTZ – “A Curitiba Oculta de Jamil Snege e Manoel Carlos Karam”
(mediação de Luís Henrique Pellanda)

Iconoclastas, undergrounds, anárquicos: são termos usados para descrever Jamil Snege (1939-2003) e Manoel Carlos Karam (1947-2007), autores de obras inclassificáveis tão celebradas quanto desconhecidas. O escritor Joca Reiners Terron e o tradutor Christian Schwartz lançam o olhar da nova geração sobre esses ícones da insubordinação.

Joca Terron e Christian Schwartz relembram “quadrado mágico” da literatura curitibana

Disputando atenção com a “feijoada de sábado”, a mesa das 14h30 de sábado do Litercultura reuniu Joca Reiners Terron e Christian Schwartz em conversa sobre Jamil Snege e Manoel Carlos Karam – não só sobre eles, na verdade. A mediação foi do escritor e colunista da Gazeta do Povo Luís Henrique Pellanda.

Joca esteve frente a frente com Karam. “Não gosto de conhecer escritores que admiro muito”, disse o criador da editora Ciência do Acidente, que reeditou algumas obras do autor de “Cebola.” Schwartz nunca viu Jamil. “Tenho uma admiração comovida por sua obra”, confessou. “Conheci o autor através dela.”

A literatura feita de “pequenos elementos que se repetem”, lembrou Joca, é uma das principais marcas de Karam. “Ele era um pós-modernista. E tem parentesco com o que faz hoje Gonçalo M. Tavares”, disse, em referência ao português autor de “Jerusalém”, vencedor do prêmio Portugal Telecom em 2007. Jamil, para Schwartz, resolvia a autofagia local com a autodepreciação. Sobre sua obra mais famosa, não faltaram elogios. “’Viver É Prejudicial à Saúde’ é uma novela perfeita. Poderia ter obtido sucesso internacional”, afirmou Joca. “Mas a série Crepúsculo é muito mais atraente.” Karam continha uma estranheza desde os títulos (“O Impostor no Baile de Máscaras”, “Pescoço Ladeado por Parafusos”), o que “afugentaria o público.”

Assunto que sempre rodeia autores locais é a dificuldade de acesso, intrínseca à obra que produziram. “Quando o Nicolau existia, todo garoto interessado em literatura era um pouco paranaense”, disse Joca, referindo-se à publicação da Secretaria de Estado da Cultura que vingou entre 1987 e 1996. “Mas as edições de ‘Comendo Bolacha Maria’ acabaram quando [o escritor] Miguel Sanches Neto, então diretor da Imprensa Oficial do Paraná, comprou edições para distribuir em bibliotecas. É bom e não é bom. Ficar confinado ao estado pode ser um problema”, completou.

Quem pensa ou lê Jamil Snege e Manoel Carlos Karam, logo, logo cai em Valêncio Xavier e Wilson Bueno, outros escritores que não se tornaram invisíveis em Curitiba. É uma espécie de quadrado mágico da literatura local, que deixou um vácuo após a morte de seus membros em um período curto, de sete anos – o último deles foi Wilson Bueno, em 2010. “Isso dificultou a transição de geração de escritores,” disse Christian Schwartz.

A proposta da mesa era discutir Jamil e Karam, isso é ponto pacífico. Bueno e Xavier vieram de carona e, exceto por citações a Cristovão Tezza, hoje mainstream, nenhum outro escritor vivo da cidade foi lembrado. Por isso, depois da hora da feijoada, a pergunta de sobremesa: a homenagem – justa – revela também certa escassez literária?

Por Cristiano Castilho, 31/08/2015, Texto publicado na edição impressa de Gazeta do Povo, de 01/09/2015
http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/literatura/joca-terron-e-christian-schwartz-relembram-quadrado-magico-da-literatura-curitibana-3z6jwqgc0moado8h3md0ekl24

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 4

JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA e MARCELINO FREIRE – “Vasto mundo, microcontos”
(mediação de Sandro Moser)

Em mesa promovida pelo Itaú Cultural, dois dos principais escritores da prosa brasileira contemporânea falam de suas obras a partir de diferentes experiências “espaciais” – expansão e concisão. Marcelino Freire prepara um livro que responde à questão: “Que Brasil é este?”, enquanto Carrascoza reúne micronarrativas que correspondem à tendência atual de redução da forma.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 5

JOSÉ CASTELLO e PAULO VENTURELLI – “Matéria de ficção”
(mediação de Flávio Stein)

Seja na poesia, na prosa ou no teatro de Venturelli, seja nos romances, nas reportagens e nos ensaios críticos de Castello, o ato de ler penetra o imaginário do escritor, convoca seus fantasmas e oferece formas de organizar a subjetividade dentro de uma dicção pessoal.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 6

ELIANE ROBERT MORAES e REINALDO MORAES + SEX LIBRIS SARAU ERÓTICO
(mediação de Pedro Gonzaga e Manoela Leão)

A maior especialista brasileira na obra do Marquês de Sade e organizadora da recém-lançada Antologia da Poesia Erótica Brasileira, e o autor do anárquico romance Pornopopéia conversam sobre a tradição do erotismo no Brasil e sobre o poder ainda e sempre perturbador da criatividade obscena num mundo dominado pela indústria da pornografia.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

“Erotismo diz respeito a tudo, ninguém escapa”, afirma Eliane R. Moraes

A atmosfera meio marginal do Teatro Universitário de Curitiba (TUC), na Galeria Júlio Moreira, no Centro de Curitiba, pesou para a escolha do lugar para discutir literatura erótica no sarau Sex Libris do Litercultura.

Lotado, o TUC recebeu no último sábado (29), a professora de Literatura Brasileira da USP, Eliane Robert Moraes e o escritor paulista Reinaldo Moraes, para debater sobre o erotismo na literatura.

Com mediação de Pedro Gonzaga, os convidados – sentados num sofá sob iluminação avermelhada – não se intimidaram. “Erotismo diz respeito a tudo, ninguém escapa. É matéria aberta. O sexo é a lente que representa a experiência humana”, disse Eliane.

Indagada sobre a importância da força da palavra no universo erótico, a autora do livro “Antologia da Poesia Erótica Brasileira” – obra que, de certo modo, “organiza” a produção da poesia sobre a temática no Brasil – enfatizou que “sexo e literatura exigem fantasia. Um depende do outro. E a palavra evoca o performático muito mais do que a imagem.”

Colocando um tom lisérgico-etílico na conversa, com suas repetições e interrupções desenfreadas e gestos descomedidos, Reinaldo Moraes realizou uma leitura de trechos (impublicáveis por aqui) de seu romance “Pornopopeia”, arrancando risadas da plateia.

Sarau erótico

Após o debate, as atrizes Chris Gomes, Katia Horn e Melina Mulazani apresentaram performances musicais e teatrais. No fim, o escritor pernambucano Marcelino Freire e Manoela Leão, diretora do Litercultura, sentaram-se ao sofá com os demais para a leitura de alguns textos de autores que se apropriam da temática erótica em suas obras, como Dalton Trevisan, Gregório de Matos e Charles Bukowski.

Por Victor Hugo Turezo – Especial para a Gazeta do Povo, 31/08/2015
http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/literatura/erotismo-diz-respeito-a-tudo-ninguem-escapa-afirma-eliane-r-moraes-8wm52nxq6k5jeecwd2qisg5uk

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Sessão 7

CHRISTIAN INGO LENZ DUNKER e LUIZ FELIPE PONDÉ – “O Brasil dividido”
(mediação de Manuel da Costa Pinto)

As manifestações que varreram o Brasil nos últimos anos e os resultados das eleições presidenciais de 2014 expuseram as fraturas que atravessam o país não apenas no campo da ideologia, mas também dos costumes e da religião. Para debater esse acirramento que opõe esquerda e direita, progressistas e conservadores, ateus e fundamentalistas, o Litercultura promove um debate entre o psicanalista Christian Ingo Lenz Dunker e o filósofo Luiz Felipe Pondé, que representam diferentes pontos de vista na cena pública.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Os contrastes abrigados pelo Litercultura

Trocando em Miúdos: As possibilidades de interpretação a partir de três mesas particulares do Litercultura.

Vamos imaginar um grande livro no qual os gêneros conversam a todo parágrafo: saltando da ficção para um roteiro de cinema ou uma biografia, acena para microcontos e relatos de viagem, pula em um sarau, quase explode em uma discussão sobre política, depois versa por temas nem sempre discutidos por um interlocutor.

Esse livro existe – foi o terceiro capítulo do festival literário Litercultura, que aconteceu de 28 a 30 de agosto no centro histórico de Curitiba. De leitura gratuita e coletiva, permite que o público molde seu repertório cultural na soma entre a ampla programação desta terceira edição com o repertório individual, ou como José Castello expressou no sábado, “leio com o que tenho dentro de mim”.

Já comentamos das apostas altas do festival aqui, antes dele começar, e o pluralismo de sua terceira edição consecutiva mostra o sucesso da aposta. No domingo anterior ao seu início, 23 de agosto, o festival promoveu uma sessão de cinema com bate-papo sobre o filme O Passado, adaptação de Hector Babenco para o livro homônimo de Alan Pauls, responsável pela abertura.

“O Litercultura proporcionou o suficiente para ambas possibilidades e além, e deixa na mão de quem o frequenta a vez de apostar.”

Naturalmente o filme foi tema da conversa de Pauls, que disse que se tivesse dirigido ‘la película’ teria sido muito pior. Ele gosta do filme, embora não esconda um olhar crítico, e dirigir uma transposição das páginas à tela exige um distanciamento que ele diz não ter. O argentino agiu como muitos dos autores convidados fizeram em suas mesas: em tom de conversa, fez rir sem intenção enquanto contava a sua ótica de um trabalho, a qual revelou com transparência e permitiu compreensão mesmo para quem não tenha a obra-tema da sessão no próprio repertório.

Outros agiram de forma diferente. Um debate vulcânico abriu a programação principal do terceiro dia, com Luiz Felipe Pondé praticamente berrando enquanto seu colega Christian Ingo Lenz Dunker argumentava em um tom de voz mais manso, mas não menos firme. A discussão deles era e foi sobre posicionamento político, mas a sociedade e a economia não foram poupadas de críticas em meio ao tiroteio verbal e a acuada defesa de Pondé e Dunker.

É um contraste fortíssimo com a calma na mesa das historiadoras Heloisa Starling e Lilia Schwarcz, autoras do volumoso Brasil: uma biografia, livro cuja intenção é mostrar o Brasil como um personagem contraditório com “momentos gloriosos” (fala de Starling) e quedas, a exemplo de todos nós. É uma viagem na formação do país, a exemplo do que fazemos ao ler uma obra ficcional com os antecedentes de um personagem.

Ao oferecer tais mesas, é como se o festival mostrasse mais de uma forma de conhecer e avaliar o que se conhece: pela forma bruta do debate entre Pondé e Dunker, como um livro que nos força a tomar uma posição; ou pela conversa entre Schwarcz e Starling, que nos transmite quase a mesma ideia (entre outras) de maneira menos agressiva e mais reflexiva, como uma ficção focada em um indivíduo em busca de si e, direta ou indiretamente, seu espaço no mundo. O Litercultura proporcionou o suficiente para ambas possibilidades e além, e deixa na mão de quem o frequenta a vez de apostar.

Publicado em A Escotilha, 09/09/2015
http://www.aescotilha.com.br/literatura/ponto-virgula/os-contrastes-abrigados-pelo-litercultura/

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 8

TEIXEIRA COELHO – “Pontos de fuga: a experiência estética contra o peso da história”
(mediação de Manuel da Costa Pinto)

Com o romance Colosso Teixeira Coelho ilumina retrospectivamente seus livros anteriores, que integram a série “O Anjo da História” e realizam a mais vigorosa reflexão ficcional sobre os becos sem saída da história recente do Brasil. A elas se conectam a seu trabalho como curador de importantes museus do país e como autorde ensaios sobre política cultural.

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Sessão 9

JOSÉ MIGUEL WISNIK – “Cancioneiro poético”

Em aula-show com interpretações de texto e música, o ensaísta e compositor José Miguel Wisnik explora as confluências ente poesia e canção que cunharam a sensibilidade brasileira. Professor de literatura na USP, autor de estudos sobre Machado de Assis e Guimarães Rosa, Wisnik publicou obras como O Coro dos Contrários – a Música em Torno da Semana de 22, O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira, O Som e o Sentido, Sem receita e Veneno remédio.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 10

ARNON GRUNBERG e TOMMY WIERINGA – “Café Amsterdã: a nova invasão holandesa”
(mediação de Yuri Al’Hanati)

O Litercultura coloca Curitiba no circuito da série de encontros com escritores holandeses Café Amsterdã. Grunberg vem lançar o romance Tirza, que contrasta de modo tragicômico a irrelevância da vida cotidiana no capitalismo avançado com a compulsão de buscar vivências “autênticas.” E Wieringa apresenta Joe Speedboot, relato sobre um paralítico nada convencional que, a partir de sua privação, cultiva uma relação inconformista e mordaz com a estagnação do mundo.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015Odilon Merlin, diretor de Cultura do Clube Curitibano e Manoela Leão, diretora do Litercultura.

O Litercultura tem uma forma de trabalhar que integra a literatura com várias outras artes, então faz muito sentido pra gente encerrar este terceiro capítulo do terceiro ano com o Jards Macalé que, além da música, tem um trânsito muito intenso e muito verdadeiro com a literatura através de muitas parcerias e de bons trabalhos.

Eu quero agradecer a quem nos proporciona fazer esse evento gratuito e de livre acesso em todas as suas atividades, que vão de oficinas e palestras a sessões de cinema, teatro e música. Isso só é possível porque a gente tem, via Lei Rouanet, o patrocínio do Itaú com o apoio muito importante do Itaú Cultural, o patrocínio este ano também da Parati Alimentos, e a gente consegue somar vários apoiadores. A Unimed nos apoiou nesse capítulo, o Clube Curitibano tem sido um importantíssimo apoiador, não só abrigando o festival no ano passado e fazendo o encerramento este ano, mas promovendo também o diálogo e incentivando esta proposta de trazer mais cultura para a cidade.

Assim, com essa casa cheia, com muita alegria eu convido vocês a relaxar, a aproveitar e acabar o domingo saindo daqui muito leves, pra gente começar uma semana colocando em prática tudo o que a gente aprendeu durante este fim de semana, esta sexta, sábado e domingo, encerrando o Litercultura.

Obrigada e boa noite. Recebam com muito carinho, Jards Macalé.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Sessão 11

Show de Encerramento com JARDS MACALÉ

Realizado em Parceria com o Clube Curitibano, o Literculura encerra com

um show intimista de Jards Macalé. Parceiro de Capinam, Waly Salomão, Torquato Neto, Naná Vasconcelos, Jorge Mautner, Moreira da Silva e Vinicius de Moraes, entre muitos outros, apresenta seus clássicos permeados por histórias da cena musical brasileira, da qual é um dos protagonistas.

Local: Sede Concórdia do Clube Curitibano

PROGRAMAÇÃO PARALELA

Cinema

Exibição de filme e bate-papo com o jornalista e crítico de cinema Marden Machado sobre a obra do escritor e cineasta argentino Alan Pauls, seguido da exibição do filme O Passado, adaptação do livro homônimo do autor que estará presente na mesa de abertura do festival.
Local: Cinemateca de Curitiba

Foto Gilson Camargo

Antes da exibição de O Passado, o jornalista Marden Machado fez um bate-papo sobre adaptações de livros para filmes. Ele considera O Passado uma boa transposição do livro, e comentou também ser o último com uma atuação de Paulo Autran no que chamou de participação afetiva.

Foto Gilson Camargo

Marden também contou a visão do escritor sobre o filme, que se preocupou com o apelo comercial da obra, em parte pela escolha de Gael García Bernal para o papel principal. Ao falar sobre as transições do livro para o filme, o crítico ressaltou que nem sempre a fidelidade excessiva a obra original pode ser benéfica, devido às diferenças de ritmo narrativo entre as duas formas de se contar uma história.

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Teatro

Ilíada – Canto 2, com Christiane de Macedo. Direção: Octavio Camargo
Christiane de Macedo interpreta o monólogo do Canto 2 da obra de Homero, que narra a preparação do exército grego para a primeira batalha da Ilíada. Júpiter envia um sonho a Agamenon ordenando-lhe que arme o exército para o confronto mesmo sem a participação de Aquiles.Ulisses e Nestor desempenham um papel importante no convencimento da tropa e na articulação da primeira investida contra Tróia. Ao final, no catálogo dos navios, Homero descreve em detalhes a composição dos dois exércitos, grego e troiano, elencando os principais chefes e suas cidades de origem.
Local: Teatro Londrina – Memorial de Curitiba

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Oficinas

Romance: primeiros passos com Cezar Tridapalli
Aspectos gerais do texto e o processo criativo para conceber um romance.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Leitura

Leitura de poemas, em número de 22 textos breves, pertencentes ao livro “64 peças”, de Ivan Justen Santana. Após a récita o autor abrirá para perguntas e participação do público.
Local: Palacete Wolf.

Litercultura - Curitiba, agosto 2015

Música

Show Leminskanções
Local: Palco Ruínas de São Francisco – Largo da Ordem
Parte do projeto Expressões Curitibanas, focado na promoção da cultura curitibana.

Ficha técnica

Realização: Gusto Editorial e Design
Direção geral: Manoela Leão
Curadoria: Manuel da Costa Pinto
Produção executiva: Loa Campos
Coordenação de produção: Luiz Henrique Tovar
Equipe de produção: Renato Renas Keller, Marcel Cruz, Ana Paula Bassetti, Felipe Tosin, Julio Cesar Pereira, Edwin Pock, Everton Godinho
Iluminação e sonorização: ZK3
Assessoria de imprensa: Isabela França Comunicação
Vídeo: Bruno Covello e Yuri Al Hanatti
Fotografia: Gilson Camargo

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