M.A.P.A.S. Mãos Azuis Projetos Artes Surdas é um grupo composto por surdos e ouvintes que apresenta pela primeira vez em Curitiba um projeto artístico enfocando a arte surda sinalizada, através do espetáculo “Surdo, logo existo!”, cujo elenco é composto por surdos em cena, visando disseminar a identidade, o direito linguístico e sociocultural, e a conscientização sobre as demandas da comunidade surda.
A apresentação tem como estética constituinte a visualidade e a poesia sinalizada. O grupo narra pontos históricos como o da proibição da língua de sinais pelo Congresso Mundial de Professores de Alunos Surdos, em Milão, em 1880, e a tomada do corpo surdo como anormal e objeto da ciência moderna. A história é apresentada em língua de sinais e contou com acessibilidade para o público ouvinte.
Mini Auditório do Teatro Guaíra
24/09/2019 – 19:30
“Ontem dia 24 de setembro foi muito especial! O nosso teatro “Surdo, logo existo” teve sua primeira apresentação com casa lotada! Uma pena não poder atender todos que foram até lá! Alegria imensa em ter tanta gente disposta a ver a arte desse elenco composto apenas de atores surdos!
Feliz em dividir roteiro e direção com Gabriela Grigolom Silva, mas principalmente por saber que essa peça foi uma construção coletiva em que todos puderam opinar e contribuir. Somos um grupo de amadores apaixonados pelo teatro e buscamos o coletivo como forma de organização e criação.
“Surdo, logo existo” é inspirado no teatro do oprimido e subverte os meios de produção teatral, reivindica o lugar da arte surda e denuncia as metanarrativas que capturam o corpo surdo. A peça é uma sátira ao sistema operante dos ouvintes e de forma futurística reflete sobre “o mito de Milão”, inverte os mundos e de forma sucinta retrata os mais de 100 anos da história de opressão às comunidades surdas.
Não é uma peça para deleite, é uma peça epifânica e provocativa do começo ao fim… o espetáculo começa e você nem sabe. Os personagens não representam, é a história com desejo de ficção e a vontade de recontar como “mito” a mais recente realidade.
Apaixonadamente grato ao coletivo surdo MAPAS que permitiu essa criação! A cada ator que de forma generosa acolheu e melhorou esse texto e dirigiu essa peça direta e indiretamente. Somos o coletivo. Produção, atores, intérprete de libras, figurino, técnica (luz e som), fotografia, vídeo, guia, interpretes e direção – um todo criativo.
Agradecer imensamente a Casa 603 e todo engajamento da Chris Gomes e Octavio Camargo, vocês são aliados de base, sem vocês não sei o que seria possível. Fluindo Libras por todo empenho e dedicação.
Amamos tudo isso! Somos porque somamos!”
Jonatas Medeiros
Direção e roteiro: Gabriela Grigolom e Jonatas Medeiros
Elenco: Carlos Eduardo Vilela, Diegho Lima, Emanuelle Dias, Felipe Nunes, Mariana Santos, Mônica Tintore, Paula Roque, Paulo Vanderlei, Rafaela Hoebel, e Ricardo Fiedler
Direção de Corpo: Rafaela Hoebel
Direção de filmagem e documentação: Giuliano Robert
Intérprete: Rhaul de Lemos Santos
Produção: Chiris Gomes, Felipe Patrício e Mônica Tintore
Figurino: Viviana Rocha
Técnico de Luz: Fernando Dourado
Fotografias e edição desta publicação: Gilson Camargo
Apoio: Teatro Guaíra e Cia Iliadahomero de Teatro
Lei 10.436/2002 Decreto 5.626/2005
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Olhar Comum 
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