Em Problemas Inventados, João Loureiro apresenta um conjunto de desenhos e trabalhos tridimensionais, alguns deles inéditos.
Desde as primeiras esculturas, em que as referências conhecidas são peças de mobiliário, até as atuais pesquisas em torno da arquitetura, os trabalhos de João Loureiro partem da problematização de um repertório cotidiano para discutir questões ligadas à representação e às relações entre forma e função e, mais do que isso, entre elementos inanimados e os hábitos aos quais atendem e que também conformam.
Cheque Bandeira, 2016
Poliamida bordada. 270 x 117 cm.
Relógio, 2016
Poliuretano pintado.
Estante Best-Seller, 2008
MDF, pintura PU e livros.
O Ar Cremoso, 2016
Ampliação fotográfica 20×30 cm. em papel Canson Rag Photographique 310 gr.
Sardinhas, 2015
Serigrafia sobre facas de inox.
Chocolates, 2015
Inox gravado e esmaltado.
Um conjunto de desenhos organiza um universo de referências da produção, sempre construindo jogos com a linguagem da representação bidimensional.
João Loureiro
São Paulo/SP, 1972. Vive e trabalha em São Paulo.
Mestre em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP – em 2007 e Licenciado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP – em 1995.
Fez mostras individuais como “Pedra que Repete”, na Casa da Imagem (São Paulo, SP, 2013), “Fim da Primeira Parte”, na Galeria Vermelho (São Paulo, SP, 2011), Solo Project na VOLTA 6 (Basel, Suíça, 2010), “Blue Jeans”, no Projeto Octógono de Arte Contemporânea da Pinacoteca do Estado (São Paulo, SP, 2009), “Reaparição”, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, Rj, 2008) e “Passagem Secreta”, no Centro Universitário Maria Antônia (São Paulo, SP, 2003).
Participou das exposições coletivas “Open Borders/Crossroads Vancouver Biennale” (Vancouver, Canadá, 2014), “Panoramas do Sul – 18º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC/Videobrasil”, no SESC Pompéia (São Paulo, SP, 2013), “In Situ – Arte en el Espacio Publico (San Carlos de Bariloche, Argentina, 2012), “Caos e Efeito”, no Instituto Itaú Cultural (São Paulo, SP, 2011), “MAM na OCA: Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo”, na OCA (São Paulo, SP, 2006), “Panorama da Arte Brasileira”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2005) e “20 Artistas – 20 Anos”, no Centro Cultural São Paulo (SP, 2002).
De 28 de abril à 26 de maio de 2017.
Visitação: de segunda a sexta, das 10h às 12h30 e das 13h30 às 17h.
Galeria Ybakatu
Rua Francisco Rocha, 62 Lj. 06 Batel – Curitiba/PR
Tel: +55 41 3264 4752 | Skype: Ybakatu
www.ybakatu.com | ybakatu@ybakatu.com.br
Acho que é a quarta exposição que eu faço na Ybakatu. A gente trabalha junto desde a década de 90, uma coisa assim. Mas, é a minha primeira vez neste espaço. A galeria tinha um outro espaço, que era uma casa grande ali no Alto da XV. A casa onde a Tuca cresceu.
A primeira vez que eu fiz uma exposição lá, isso é um dado muito importante, enquanto a casa tinha sido parcialmente reformada para virar um espaço de arte, iluminado, paredes brancas, fundo neutro, pra dentro da casa algumas coisas ainda estavam preservadas. O piso de madeira, o quarto com os armários. Tinha uma mistura ali de espaço mais público, espaço comercial, com espaço doméstico. E eu lembro que naquela ocasião eu pensei que seria interessante inverter um pouco esse lugar onde se previa colocar o trabalho de arte. Eu quis colocar o trabalho dentro deste que não era o espaço expositivo oficial da galeria, e a gente montou uma grande peça de madeira no teto que dominava a sala onde tinha o escritório da galeria.
Então, tudo começou pensando criticamente o espaço para que eu pudesse me relacionar com ele. Acho que esse é um caminho muito recorrente pra mim. Os trabalhos vão pensar criticamente os espaços ou os contextos onde eles vão ser inseridos. Aqui é um pouco diferente, por conta do contexto da exposição, por conta do espaço dessa galeria, que é uma pequena loja comercial, como uma galeria comercial, dentro de um prédio comercial, então, a minha escolha foi achar trabalhos que coubessem aqui e também trabalhos que eu ainda não havia mostrado.
O mote que costurou esses trabalhos é a relação deles com o desenho. É sempre aplicada uma espécie de solução de desenho a um objeto do mundo ou a alguma coisa tridimensional, que são um pouco recuperados por esses sistemas de representação bidimensional, como a aplicação do desenho das engrenagens sobre as fatias de frios. Aí você compõe isso na parede, dá um título, ele se chama Relógio, você constrói camadas de significados, mas, na verdade é essa pequena alteração de ver a possibilidade de colocação do dado do desenho, do dado gráfico no objeto tridimensional que eu acho que une vários destes trabalhos.
Livros colecionados pela cor da lombada, é ignorado o teor dos livros, e aquilo ali é só uma espécie de informação estética de uma biblioteca. Lá em cima temos aqueles chocolates, que são representações gráficas achatadas de chocolates que existem no comércio. Então, ler um objeto que está no mundo e buscar resumi-lo graficamente. Enfim, e aí tem discussões sobre a montagem, sobre a composição na parede e tal.
A gente pode conversar, se vocês quiserem ver mais coisas a gente pode abrir meu site e ver um ou outro trabalho que aparecer na conversa. E, claro, se vocês quiserem me perguntar, interromper, comentar…