A bióloga Daniela Busmann, coordenadora de Meio Ambiente da Autopista Planalto Sul, e o diretor da SPVS, Clóvis Borges, plantaram juntos a primeira muda de araucária angustifolia.
No dia 22/08/2013, o município paranaense de Bocaiúva do Sul sediou um evento de extrema importância para a conservação da biodiversidade. Foi plantada a primeira muda de uma espécie nativa da Floresta com Araucária para marcar simbolicamente o início do trabalho de restauração e conservação que a concessionária Autopista Planalto Sul vai realizar na Fazenda Ribeirão das Pedras, uma das 22 áreas adotadas pelo programa Desmatamento Evitado, da SPVS. No total, 90 mil novas mudas de várias espécies da Floresta serão plantadas na fazenda. Estiveram presentes no encontro representantes da Autopista, Ibama, parceiros, integrantes e técnicos da SPVS, além de proprietários de outras áreas adotadas.
Sr. Júlio Siqueira, proprietário da Fazenda Ribeirão das Pedras, realizou o plantio de uma muda de pinheiro bravo.
O contrato entre SPVS, Autopista e o proprietário da área, Júlio César Siqueira, foi firmado em agosto de 2012, motivado por uma exigência ambiental feita pelo Ibama à concessionária. Em virtude da execução de obras na BR-116 – que exigiam a remoção de espécies de vegetação nativa – por lei, a Autopista deveria compensar, plantando espécies específicas como araucária e canela-sassafrás. Entendendo que na oportunidade havia condições de ampliar os resultados em favor da conservação da biodiversidade, a SPVS, juntamente com a empresa, resolveram ir além da obrigação e fornecer resultados ainda mais expressivos ao meio ambiente: a indicação foi para realizar a restauração da Floresta com Araucária de um modo mais abrangente, utilizando uma diversidade maior de espécies e conservando a área nativa que já existe na região. Desta forma, a concessionária será capaz de manter 100 hectares de floresta nativa e ainda restaurar outros 84.
Jorge Augusto Callado Afonso, superintendente do Ibama/PR, plantou uma muda de imbuia.
Segundo a técnica do projeto, Natasha Choinski, espécies como araucária, imbuia, canela-sassafrás, canela-fogo e erva-mate, serão plantadas nas áreas degradadas da fazenda, que estava cadastrada desde 2010 no programa e possui remanescentes de floresta nativa, mas também pontos com necessidade de restauração. “Quando a Autopista nos procurou, pensamos nessa área, sugerimos a ação de trabalhar de um modo mais amplo e eles aceitaram, o que revela um modo de pensar bastante comprometido da empresa”, explica.
Imagem histórica do grupo presente no evento, reunido logo após o plantio inicial.
A Autopista Planalto Sul é a primeira organização a trabalhar com a SPVS em um projeto que alia conservação a restauração. Esta iniciativa tem um grande diferencial porque reúne os dois processos. Não faz a monocultura, realiza conservação florestal de fato. Outra grande vantagem é que trabalha com uma floresta quase extinta, que é a Floresta com Araucária.
Vista parcial de uma das áreas da fazenda, onde será realizado trabalho de restauração da mata com o plantio de espécies nativas.
Desde janeiro, as atividades referentes ao projeto vêm acontecendo. O trabalho envolve desde a contratação de funcionários até a busca de viveiros florestais para a aquisição de mudas e contratação de empreiteiras para realizar o plantio.
Plantio de muda de cerejeira, por proprietários de áreas adotadas pelo Programa Desmatamento Evitado, presentes no evento.
Realizado com o apoio de empresas como HSBC, Grupo Positivo, Souza Cruz, JTI e Autopista Planalto Sul, o Desmatamento Evitado é um modelo de programa por pagamento de serviços ambientais (PSA), que tem como objetivo a conservação florestal. Este ano o programa completa dez anos de existência e já foi capaz de contribuir com 33 famílias (conservando um total de mais de 4.880 hectares de Floresta com Araucárias) por meio da adoção de áreas.
Para receber investimentos como esse, proprietários de áreas naturais podem se cadastrar no programa e as empresas que tiverem interesse em apoiar, também devem entrar em contato com a SPVS, que faz a ponte entre as partes e fornece toda a orientação e apoio técnicos necessários.
Serviço SPVS:
(41) 3094-4600
spvs@spvs.org.br
desmatamentoevitado@spvs.org.br
Antes do plantio simbólico das primeiras mudas, os presentes se reuniram na sede da Fazenda Ribeirão das Pedras, para uma breve apresentação do projeto e dos detalhes de sua realização.
Por se tratar de momento histórico para os envolvidos, para a Autopista Planalto Sul e para o Programa Desmatamento Evitado, transcrevemos abaixo a íntegra das falas dos seus representantes: Denilson Cardoso e Clóvis Borges, da SPVS, Daniela Bussmann, da Autopista Planalto Sul, Jorge Augusto Callado Afonso, superintendente do Ibama/PR, e Sr. Júlio César Siqueira, proprietário da área adotada.
O Programa Desmatamento Evitado é uma iniciativa que a SPVS lançou em 2003. Considerando esse contexto de degradação das florestas naturais do estado do Paraná em questão de décadas, a gente lançou uma iniciativa de conservação de áreas. O foco da SPVS sempre foi trabalhar com o apoio a proprietários de remanescentes de florestas naturais. Nesses 10 anos de trabalho a gente já apoiou 33 áreas, que somam pouco mais de 4.800 hectares.
A estratégia do programa é fazer essa aliança em três partes, onde a gente tem um proprietário que se compromete a fazer a conservação desses últimos remanescentes de floresta, a SPVS que faz um aporte técnico de orientação e a iniciativa privada que viabiliza financeiramente e colhe os frutos e resultados junto com todos os envolvidos.
Ao longo desses 10 anos o que a gente faz é tentar manter o que existe ainda de floresta e este projeto é extremamente significativo porque quando foi lançado em 2003, a idéia era preservar o que existia como uma estratégia de prioridades. Primeiro vamos garantir a floresta que está em pé, pra num segundo momento a gente pensar em outras alternativas e opções. E, quando a Daniela veio nos provocar com relação à necessidade de compensação que eles tinham, a gente voltou com uma outra provocação pra empresa: “olha, a gente topa fazer isso desde que esteja consorciado a também uma estratégia de conservação”. E pra nós, nesse momento, após 10 anos de lançamento do programa a gente conseguir dar um segundo passo, que é aliar a conservação das florestas que sempre foi a nossa prioridade com uma estratégia de restauração ambiental é extremamente significativo.
Então, a primeira provocação da Daniela veio dessa forma. Eles tinham a necessidade de ou realocar 2.220 araucárias, ou realocar 5 canelas, fazer o plantio de 67 mil mudas de araucária e restaurar 33 hectares. Aí a gente começou a estudar, vieram outras demandas e o que a gente acabou trabalhando e desenvolvendo nesse projeto é um pouco maior. A gente vai trabalhar com 40 hectares de recuperação de pastagens abandonadas, com o enriquecimento de pouco mais de 40 hectares de áreas que já estão em processo de recuperação natural, de regeneração, e com a adoção de 100 hectares pra servir como modelo de consórcio mesmo. Então, onde existe a floresta bem conservada a gente vai preservar, aonde tem uma floresta que está se recuperando a gente acelera os processos e aonde a gente precisa mesmo intervir, que são as pastagens, a gente vai fazer o processo de restauração.
O que a gente espera ao final desse trabalho com a Autopista é ter realizado o plantio das 80 mil mudas, que é um número um pouco maior do que realmente a necessidade que eles tem, fazer todo o monitoramento através de sistema de informações geográficas pra poder reportar isso com uma certa frequência pra quem precisa da validação desse processo – aí entra uma questão de relatórios que a gente vai acabar submetendo não somente à empresa, mas, pra que ela possa reportar também ao Ibama e pra que exista um acompanhamento desse trabalho -, o monitoramento desses 100 hectares de floresta acompanhado de uma orientação técnica pra que as estratégias aplicadas ajudem a conservar, e a execução do plano de manejo que permite desenvolver diferentes estratégias pra manutenção dessas áreas.
Pra nós é extremamente significativo esse segundo passo que a gente está dando em prol da conservação das florestas com araucária, e desde já de quero agradecer não só à empresa que confiou na SPVS, mas ao seu Julio também, que ofereceu a sua área pra esse projeto seja possível e se torne mais uma atividade piloto e demonstrativa, pra que isso um dia ganhe escala e gere os resultados que a gente precisa pra conservar a floresta com araucária. Muito obrigado.
Denilson Cardoso, técnico do Programa Desmatamento Evitado, da SPVS
É muito importante a gente reforçar aqui, aproveitando a presença do grupo de proprietários que fazem parte dessa história do Programa Desmatamento Evitado, que nós estamos avançando. A história que foi criada a partir dessa iniciativa, com algumas empresas envolvidas, com o entendimento dos órgãos públicos de que isso era uma ação direcionada a atender uma prioridade, porque prioridade em ações de conservação é uma prática muito importante, porque tem pouco recurso, tem pouca energia pra se gastar em conservação da natureza, então, se você não tiver noção de prioridade, você pode jogar fora este pouco recurso e não ter resultado. E esse movimento está tomando um corpo que vai extrapolar a nossa capacidade de realização.
Hoje está sendo realizada em Curitiba uma reunião que está discutindo os novos mecanismos de pagamentos por serviços ambientais, em que o Governo do Estado se comprometeu com os proprietários de que o nosso exemplo se torne política pública, em que nós saiamos desse patamar de trinta e poucas áreas e pensemos em algumas centenas de áreas aqui no Paraná. E quem sabe a gente contamine Santa Catarina e outros estados com programas que realmente reconheçam o trabalho que proprietários de áreas bem conservadas – que hoje são uma exceção, são raros os proprietários que detém áreas bem conservadas – estão fazendo pra toda a sociedade.
Essa é uma lógica que já pegou, é uma lógica que já tem o entendimento de uma parte mais oxigenada do setor privado, mas ainda é uma exceção. Então, o exemplo da Autopista e do interesse em abracar esse tipo de metodologia não é uma prática corriqueira, é uma exceção e por isso tem que ser bem valorizada. Agora passa a ser uma prática com chance de escala, mecanismos financeiros para isso existem. Basta que o dinheiro que é recolhido a partir de multas ou a partir de outras fontes que o estado pode direcionar sejam aportadas e sejam utilizadas de uma forma coerente, comprometida com esse tipo de uso, e nós passaremos a ter um novo patamar em que uma das produções rurais que a gente vai ter na sociedade seja a produção de serviços ambientais.
Nós temos o produtor de soja, nós temos o produtor de carne, que faz pecuária, nós temos os plantadores de árvores, que fazem o reflorestamento, temos uma série de outras atividades na área industrial e temos os produtores de serviços ambientais, que na verdade servem a todo o resto da sociedade com serviços como água, como polinização, como segurança, como equilíbrio do clima, como uma infinidade de outros serviços sem os quais nenhum outro negócio funciona.
Então, a nossa arrogância de achar que os negócios funcionam sem conservação da natureza vai precisar ser revertida e uma das práticas é justamente essa de reconhecer que os remanescentes naturais que o estado ainda tem precisam ser valorizados. Tanto os públicos, que ainda necessitam de mais investimento, na criação de novas unidades de conservação pública, como as áreas privadas.
Nós estamos comemorando aqui uma situação peculiar, porque nós estamos juntos com um órgão federal que é o Ibama, com amigos na verdade de muitos anos como o Sérgio, o Jorge que está no desafio da superintendência, que é uma função muito importante e estratégica, dividindo conosco esse pensamento na mesma direção, e é muito confortante, muito estimulante ver que o Ibama recebeu essa proposta com uma relação de confiança, isso só se estabelece ao longo dos anos. A gente se conhece há muito tempo, sabe que estamos tratando de instituições que tem um compromisso sério e vocês acataram isso, poderiam não ter acatado. Entenderam nisso uma vantagem.
A proposta original foi transformada numa proposta que pode apresentar um resultado maior, não só em relação às áreas que estão sendo atingidas, mas um resultado maior como exemplo, como outros projetos, em outras compensações que podem ser direcionadas ou que podem permitir esse tipo de negociação e de adaptação.
E a Autopista pela rapidez, pela percepção da oportunidade de fazer um uso mais afinado aplicado à conservação. Acho que ter uma bióloga dentro do corpo técnico, podendo sugestionar e convencer a empresa é um outro detalhe incomum, porque geralmente essa “peça” não está disponível. Então, é importante valorizar o corpo técnico que a empresa teve pra trabalhar essa mudança e também dar o exemplo.
Pra finalizar, teve um evento muito importante ontem em Curitiba, com empresas de São Paulo, do Rio de Janeiro, empresas aqui do Paraná, falando de duas coisas: falando de governança e de sustentabilidade. E a governança, ou seja, o sucesso da gestão de uma empresa está diretamente relacionado com o tema da sustentabilidade, uma boa governança significa incorporar sustentabilidade no seu processo, porque senão ela está ameaçada inclusive de deixar de existir um pouco mais à frente. E o que foi muito sintomático nesse encontro com grandes empresas? É que sustentabilidade é um assunto tão amplo que quase qualquer coisa serve pra apresentação de algum resultado, mas, que ainda o tema que a gente trata aqui, que é conservação da natureza, escapa…
Quando você vai falar com o setor privado e pergunta o que ele faz na sua gestão ambiental pra conservar o patrimônio natural, como ele identifica a sua função na sociedade em relação a proteção do patrimônio, a resposta é ainda evasiva. É uma resposta que desvia, e diz “não, eu economizo água, eu economizo energia, eu tenho um processo de reciclagem”, mas quando você fala de conservação, isso realmente não entrou no conceito, isso não faz parte dos processos. E esse é o desafio!
Na verdade essa percepção de ontem de que ainda há um caminho pra convencer empresas só vai ser mudado a partir da existência de empresas que iniciem esse processo, junto com o governo do estado, junto com o terceiro setor. E, novamente é importante a gente notar aqui qual é o papel do terceiro setor, que não é escala. A escala vem com programas de governo e programas da iniciativa privada. O terceiro setor tem um papel de inovação, de fazer essa inovação ter um processo demonstrativo, mostrar que esse demonstrativo pode atingir escala, e provocar esses outros dois setores que podem atingir esse resultado em escala, porque o fazem, e consigam mudar cenários que a gente tem hoje, que no caso da conservação da natureza são tremendamente preocupantes.
Eu agradeço a presença de vocês. É muito importante fazer uma referência ao encontro de proprietários que nós estamos tendo aqui. Alguns deles já estão fechando períodos de cinco anos, que é o prazo do Programa Desmatamento Evitado, continuam com o trabalho de conservação e certamente vivem na expectativa de que outros mecanismos apareçam e continuem reconhecendo e dando apoio pra estes trabalhos que eles desenvolvem. Obrigado a todos vocês.
Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS
É uma satisfação muito grande pra todos nós da equipe da Planalto Sul que estamos aqui hoje poder participar deste projeto, e agradecer ao senhor Júlio pela oportunidade de nós implantarmos essa compensação associada a conservação da mata de araucárias na propriedade dele. Agradecer ao Ricardo, que desde o começo representa a SPVS nesta conversa, e o Clovis que está aqui hoje falando com muita propriedade de todo este trabalho que nós estamos iniciando. Na realidade este é um primeiro passo. Não é só compensar o impacto, a gente pode fazer mais, e é isso que a gente está buscando fazer hoje.
Gostaria de agradecer muito ao pessoal do Ibama, o Jorge, o Sérgio, o Paulo e a Elisa, que vieram até aqui pra conhecer melhor o nosso projeto, saber exatamente o que a gente quer com o seu desenvolvimento, e ter essa noção de que é uma área muito interessante pra conservação. Que vai ser recuperado o entorno, que não será só o pagamento pelos serviços ambientais, mas o serviço de conservação mesmo da fauna e de manutenção dos recursos hídricos.
É com muita satisfação mesmo! Eu falo isso com propriedade porque nós iniciamos esse processo, mas, houve uma pessoa que comprou realmente esta idéia e me deu o aval para que eu pudesse dar o andamento a essa parceria com a SPVS, que é o nosso diretor superintendente Dr. Arthur Vasconcellos. Infelizmente ele não pode estar aqui hoje, mas ele é um entusiasta desta iniciativa e é importante fazer esse registro. Nossa idéia é ampliar isso nas próximas compensações e nos próximos empreendimentos.
Então eu quero agradecer a todos. Muito bom dia!
Daniela Bussman, coordenadora de Meio Ambiente da Autopista Planalto Sul
Quando nós falamos em licenciamento ambiental no país geralmente surgem algumas exclamações e algumas interrogações. Contrariando o que dizem alguns setores, em uma visão um pouco reduzida, o licenciamento ambiental não impede o crescimento, mas sim qualifica o desenvolvimento das regiões e dos estados do pais, quando feito, obviamente, dentro de parâmetros e estudos de excelência.
Muitas vezes nós ouvimos pela própria mídia que algumas licenças ambientais demoram pra sair e isso acaba causando alguns transtornos, mas na realidade esta questão da demora é porque nós estamos em um processo contínuo de busca pela excelência dos estudos que devem ser apresentados para o licenciamento ambiental. E felizmente a qualidade desses estudos vem melhorando a cada passo em função das exigências que assim são feitas.
Nós estamos aqui hoje neste processo importante, um processo que eu diria histórico, onde está sendo comprovado que é possível você desenvolver, é possível você melhorar a infra estrutura do pais neste importante corredor viário do Sul e é possível também você preservar e conservar. Esse é um exemplo muito claro e que fica aqui registrado.
Eu gostaria de parabenizar a Arteris, a Autopista Planalto Sul pela iniciativa de ter buscado a parceria com a SPVS. Vocês estão transformando uma medida de compensação num programa de preservação e de conservação. Também ao senhor Júlio, proprietário aqui do Ribeirão das Pedras, que teve essa iniciativa pró ativa, eu diria até visionária em preservar para todos os demais proprietários. E à SPVS, apresentando aqui mais uma vez a sua expertise, colaborando com os destinos ambientais do nosso estado, do nosso país.
Conversando há pouco, lembrava que a SPVS está fazendo 30 anos agora. Eu lembro que na época da minha graduação em Biologia, isso já faz mais de 25 anos, a SPVS já era um espaço disputadíssimo pra se estar, todo futuro biólogo sonhava em estagiar na SPVS e a gente sabia que tinha uma agenda intensa por lá.
Então, na realidade, além de novamente cumprimentar a todos pela iniciativa de estarem aqui, eu coloco o Ibama mais uma vez a disposição de todos vocês e durante a nossa gestão da superintendência aqui do Paraná nós observamos que muitos programas, muitos projetos de licenciamento ambiental de interesse do Paraná estavam sendo comandados e executados unicamente por Brasília. Então, num entendimento com Brasília e o nosso grupo de licenciamento, nós optamos por buscar trazer o que era de interesse do Paraná para que o Paraná pudesse acompanhar mais de perto, como é o caso da Autopista Planalto Sul.
Ontem ainda, noticiávamos a liberação da licença de instalação para a tão sonhada construção do trevo do Atuba, o contorno Norte nós também trouxemos para o Paraná. Ou seja, são alguns empreendimentos, algumas licenças que são importantes pro nosso dia a dia e, creio eu que devem ser comandadas, analisadas pelo Paraná.
E tenham em mente que é possível desenvolver, é possível ter infra estrutura e é muito possível também preservar e conservar. Um bom dia a todos.
Jorge Agusto Callado Afonso, superintendente do Ibama/PR
Bom dia. Me pegaram de surpresa. Falar da Ribeirão das Pedras é um pouco difícil, precisaria de bastante tempo sabe. Porque isso aqui é um sonho que eu fico até emocionado. Porque eu procurava no passado uma área pra eu poder montar um investimento que viesse a me satisfazer como pessoa, como ser humano. Eu procurava fazer alguma coisa em nível de meio ambiente e me perguntava o que eu iria fazer que eu pudesse trabalhar nessa área. Não era pelo dinheiro nem nada, mas por satisfação pessoal mesmo.
Eu então procurei uma área, e essa área tinha que ser específica, eu imaginava degradada, para que eu pudesse estar trabalhando nela. Porque se eu pegasse alguma coisa pronta não haveria nenhum trabalho, né? Então eu comprei essa área aqui, montei uma pousada, peguei uma área degradada e fui trabalhando essa área. Logicamente com uma equipe trabalhando junto e fomos construindo uma série de trabalhos. Construímos a pousada, começamos a fazer um plano de educação ambiental para as escolas aqui da comunidade, sempre olhando com uma visão de futuro em cima disso daqui. Não era algo pra aquele momento e sim para anos a frente. E assim foi se trabalhando.
Chegou uma hora em que eu tive que me parar por motivos de saúde. Infelizmente eu não pude continuar. Hoje a área está locada. Mas, durante esse período em que eu estive aqui nós conseguimos muitas vitórias, que eu considero grandes vitórias. Nós fomos a primeira pousada no Brasil a ter a certificação ISO 14001. Passaram aqui mais de mil crianças da localidade com estes cursos de educação ambiental. Passaram milhares de clientes, e a todos que aqui vinham era colocado que um dos principais motivos da existência da pousada era a parte ambiental. Então, eu sempre imaginava que cada cliente que aqui vinha, além dele ir embora como um novo amigo meu, ele poderia estar voltando com a cabeça um pouco mudada a respeito do meio ambiente.
Este trabalho foi feito durante todo esse tempo. Briguei por algo, não consegui atingir todos os pontos que existiam, mas, eu me considero até voltando um pouco novamente a ativa com esse trabalho que está sendo executado hoje. Eu acho que de repente pode até ser um recomeço nos planos, porque o que existia continua. Eu espero que dê certo, vai dar, e a gente vai fazer muita coisa ainda em se tratando de meio ambiente.
Eu agradeço e peço desculpas, estou um pouco emocionado…
Julio César Siqueira, proprietário da Fazenda Ribeirão das Pedras.
Matéria produzida para divulgação e acervo da Autopista Planalto Sul – autopistaplanaltosul.wordpress.com
Fotografia e edição: Gilson Camargo